A MAÇONARIA E O REI ATHELSTAN

Tumba do rei Athelstan
A Maçonaria operativa, isto é, a dos pedreiros medievais, inicia sua história documentada no século X com o Rei Athelstan, e a Maçonaria Especulativa, a moderna, começa oficialmente no início do século XVIII com a fundação da Grande Loja de Londres, embora resulte de um processo histórico ocorrido nos três séculos anteriores. Assim há sobreposição das duas maçonarias durante os séculos XVI, XVII e XVIII, formando a um período chamado Maçonaria de Transição ou simplesmente “Transição”.
As catedrais românicas e góticas, os grandes castelos e as fortificações, são monumentos da arquitetura medieval vistos na Europa foram construídos por maçons operativos que eram os mestres e os operários construtores da Idade Média. Esses maçons se organizaram em guildas, comparáveis a cooperativas ou sindicatos modernos, tendo como principal finalidade proteger os interesses da classe dos artistas construtores.

No século IX surge o nome do Rei Athelstan sendo citado como organizador da Maçonaria, nos manuscritos conhecidos na história como Old Charges [Antigos Deveres]. Nicola Aslan escreve rapidamente sobre Athelstan em seu livro “A Maçonaria Operativa”. As crônicas anglo-saxônicas iniciadas ao final do século IX pelo Rei Alfredo, avô de Athelstan, e nos antigos manuscritos é mencionada pela primeira vez oficialmente, na história da Maçonaria, a Lenda de York, o príncipe Edwin e a Grande Assembléia de Maçons.

Etelstano (em inglês antigo: Athelstane ou Athelstan) foi o Rei dos Anglo-Saxões de 924 a 927 e depois Rei dos Ingleses de 927 até sua morte em 939. Ele era filho de Eduardo, o Velho e sua primeira esposa Ecgvina. Historiadores o consideram como o primeiro Rei da Inglaterra e um dos maiores reis anglo-saxões. Ele nunca se casou e foi sucedido por seu meio-irmão Edmundo I. Etelstano foi criado no reino da Mércia por ordem de seu pai, como uma forma de conseguir a lealdade deste rebelde país a dinastia Cérdico de Wessex. Com a morte do pai (em 17 de julho de 924), Etelstano foi proclamado de imediato rei da Mércia. Com a morte de seu meio-irmão, o rei Etelvardo de Wessex (em 2 de agosto de 924), Athelstan é eleito como novo soberano, sendo coroado em Kingston uponThames em 4 de setembro de 924.

Athelstan entregando um livro a São Cuteberto.
 Ilustração de um livro gospel presenteado por
 ele ao santuário do santo em Chester-le-Street,
 o retrato de um rei anglo-saxão mais antigo já 
encontrado.
Athelstan é considerado como o primeiro rei inglês. Ele alcançou êxitos militares consideráveis sobre seus rivais, incluindo aos vikings, e estendeu seu domínio a partes de Gales e da Cornualha. Sua maior vitória, sobre uma aliança inimiga que incluiu Constantino II da Escócia, foi a batalha de Brunamburgo, no outono de 937.

Athelstan não se casou e não teve filhos, embora tenha criado Haakon como seu próprio filho (mais tarde Haakon I da Noruega). Fez alianças com diversas casas reais da Europa através de casamentos de suas meias-irmãs. Athelstan morreu no palácio de Gloucester, em 27 de outubro de 939, aos 44 anos, sendo sepultado na abadia de Malmesbury, em Wilshire. Não há nada em sua tumba já que as relíquias do rei provavelmente se perderam na Dissolução dos Monastérios de 1539.

Athelstan criou um grande número de códigos legislativos, embora a lei escrita tinha pouco uso prático na Inglaterra anglo-saxã ele foi ativo em regulamentações. Existiu um padrão nas leis do reino de Athelstan não sendo leis casuais e sim organizando a sociedade da época.

A regulamentação da atividade maçônica através dos Antigos Deveres foi muito importante para os profissionais talhadores da pedra, e também importante para a maçonaria moderna, pois serviram de base para a elaboração do Regulamento Geral e dos Deveres de um Maçom, as partes mais importantes do Livro das  Constituições da Grande Loja de Londres, em 1723.

A história da primeira regulamentação das guildas dos maçons no reinado de Athelstan, a que os manuscritos se referem, com muita clareza, tem bases históricas seguras, e hoje constituem documentação fidedigna sobre a antiguidade da maçonaria.

Fica demonstrada a profunda relação entre a regulamentação da Maçonaria Operativa, iniciada pelo Rei Athelstan, e o surgimento do Reino Unido da Inglaterra ao final do Século IX e início do século X.

A maçonaria moderna, conhecida como Maçonaria Especulativa, preservou as tradições culturais da Maçonaria Operativa, como os deveres dos associados, os regulamentos, os rituais, os simbolismos e, principalmente, o  sentimento de solidariedade e fraternidade.

Honório Sampaio Menezes,33º do REEA, Loja Baden-Powell 185, GLMERGS, Brasil.
Fontes de informação:
Aslan, Nicola. A Maçonaria Operatica .
Peres, Ambrosio. O manuscrito Régio e o Livro das Constituições. Ed A trolha.
Giordani, Mario Curtis – História do Mundo Feudal Vol I.
Fonte: http://www.systri.com/


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