Ao contrário do que
se pensa há provas e indícios que as primeiras lojas surgiram na Alemanha e não
na Inglaterra.
Com a difusão do
cristianismo por toda a Alemanha e a exigência de que bispos romanos erguessem
catedrais, os colégios Maçônicos na Alemanha prosperaram. Geralmente designado
como Steinmetzen ou Canteiros, estas fraternidades maçônicas levantaram igrejas
e catedrais por toda a Europa continental. A sociedade de canteiros tinha
dentro de si uma grande variedade de classes e ocupações. Estas incluíam
Steinmaurer ou assentadores de pedras, Steinhauer ou cortadores de pedra, bem
como Steinmetzen, uma palavra derivada de Stein ou pedra e Metzen, um derivado
da palavra Metzel ou entalhador, uma arte mais detalhada e refinada que os
cortadores de pedras. A construção de Bauhütten ou lojas situadas junto às
igrejas em construção serviu como estúdio de projeto, local de trabalho e
quarto de dormir.
Um dos mais antigos
registros de lojas maçônicas se encontra na cidade alemã de Hirschau (agora
Hirsau) no atual estado de Baden-Württenberg. As lojas Maçônicas instituídas na
cidade de Hirschau no final do século 11 trabalhavam sob a ordem beneditina da
Alemanha, e foram as primeiras a estabelecer o estilo gótico de arquitetura.
As Armas dos Franco
Maçons da Alemanha
Já em 1149, as
primeiras Zünftes alemãs ou sindicatos de pedreiros se desenvolveram em
Magdeburg, Würzburg, Speyer e Straßburg. Em 1250, a primeira Grande Loja dos
Maçons formou-se na cidade de Colônia (Köln), [i] Alemanha. A Grande Loja foi
formada como parte do imenso empreendimento para erguer a catedral de Colônia.
O primeiro
congresso maçônico ocorreu na cidade de Straßburg, na Alemanha no ano de 1275.
Ela foi fundada pelo Grão Mestre Erwin von Steinbach. Este também foi o
primeiro uso registrado do símbolo dos maçons, o compasso e o esquadro. Embora
Straßburg fosse considerada a primeira Grande Loja de seu tempo, outras Grandes
Lojas maçônicas já haviam sido fundadas em Viena, Berna e a acima mencionada de
Colônia; estas foram chamadas Oberhütten ou grandes lojas. Diversos congressos
maçônicos foram realizados na cidade de Straßburg, incluindo os anos 1498 e
1563. Nesta época, as primeiras Armas de Maçons registradas na Alemanha foram
registradas representando quatro compassos posicionados em torno de um símbolo
do sol pagão, e dispostos em forma de suástica ou roda solar ariana. As Armas
Maçônicas da Alemanha também exibiam o nome de São João Evangelista, santo
padroeiro dos maçons alemães.
A Oberhütte (Grande
Loja) de Colônia, e seu grão-mestre, era considerada a cabeça das lojas
maçônicas de toda a Alemanha do norte. O grão-mestre da Straßburg, na época uma
cidade alemã, era chefe de Lojas Maçônicas de todo sul da Alemanha, Francônia,
Baviera, Hesse e as principais áreas da França.
As Grandes Lojas de
Maçons na Alemanha recebiam o apoio da Igreja e da Monarquia. O Imperador
Maximiliano revisou o congresso maçônico de 1275 em Straßburg e proclamou a sua
proteção ao ofício. Entre 1276 e 1281, Rudolf I de Habsburgo, um rei alemão,
tornou-se membro da Bauhütte ou Loja de St. Stephan. O Rei Rudolf foi um dos
primeiros não-operativos, também chamados membros livres ou especulativos de
uma loja maçônica.
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Os estatutos dos
maçons na Europa foram revisados em 1459 pela Assembléia de Ratisbonne
(Regensburg), a sede da Dieta Alemã, cuja revisão preliminar tinha ocorrido em
Straßburg sete anos antes [ii]. As revisões descreviam a exigência de testar
irmãos estrangeiros antes de sua aceitação nas lojas através de um método de
saudação estabelecido (aparentemente internacional ou europeu).
A primeira
assembléia geral de maçons na Europa ocorreu no ano de 1535, na cidade de
Colônia, na Alemanha. Ali, o bispo de Colônia, Hermann V, reuniu 19 lojas
maçônicas para estabelecer a Carta de Colônia, escrita em latim. As primeiras
grandes lojas dos maçons estiveram presentes, o que era costume na época, e
incluíam a Grande Loja de Colônia, Straßburg, Viena, Zurique e Magdeburg. A
Grande Loja Mãe de Colônia, com o seu grande mestre era considerada a principal
Grande Loja da Europa.
Após a invenção da
imprensa, os maçons (Steinmetzen) da Alemanha, reuniram-se em Ratisbona em 1464
e imprimiram as primeiras Regras e Estatutos da Fraternidade de Cortadores de
Pedra de Straßburg (Ordnung der Steinmetzen). Estes regulamentos foram
aprovados e sancionados pelos Imperadores sucessivos, tais como Carlos V e
Ferdinando.
O monge alemão
Martinho Lutero e seu protesto contra as injustiças e hipocrisias da Igreja
Católica em 1517 deram origem ao protestantismo. Isto liberalizou algumas das
lojas maçônicas da época. A Catedral de Straßburg tornou-se Luterana em 1525 e
muitas outras a seguiram.
Em 1563, os
Decretos e Artigos da Fraternidade de Canteiros foram renovados na Loja Mãe em
Straßburg no dia de S. Miguel. Estes regulamentos demonstram três elos
importantes com a Maçonaria moderna. Em primeiro lugar, os aprendizes eram
chamados de “livres” na conclusão do serviço a seu Mestre, o que sem dúvida é a
origem da palavra Freemason ou “franco-maçom”. Em segundo lugar, a
natureza fraternal da loja era retratada em uma série de regulamentações, tais
como o atendimento aos doentes, ou a prática de ensinar um irmão sem cobrar,
nos termos do artigo 14. Em terceiro lugar, os maçons utilizavam um aperto de
mão secreto como meio de identificação.
Dois artigos do
regulamento indicando estes pontos são:
“Nenhum Mestre
ensinará um companheiro por dinheiro.
XIV. E nenhum
artesão ou mestre aceitará dinheiro de um colega para mostrar ou ensinar-lhe
qualquer coisa relacionada com maçonaria. Da mesma forma, nenhum vigilante ou
companheiro mostrará ou instruirá qualquer um por dinheiro a talhar, conforme
dito acima. Se, no entanto, alguém desejar instruir ou ensinar outro, ele pode
muito bem fazê-lo, uma mão lavando a outra, ou por companheirismo, ou para
assim servir ao seu mestre.
LIV. Em
primeiro lugar, cada aprendiz quando tiver servido o seu tempo, e for declarado
livre, prometerá à ordem, pela verdade e sua honra, ao invés de juramento, sob
pena de perder o seu direito à prática da maçonaria, que ele não divulgará ou
comunicará o aperto de mão e a saudação de pedreiro a ninguém, exceto àquele a
quem ele pode justamente comunicá-las, e também que ele não escreverá coisa
alguma sobre isso” [iii].
As regras de
Straßburg estipulavam que a entrada na Fraternidade era por livre vontade e
indicava claramente os três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre na
fraternidade maçônica alemã. Elas exigiram que se fizesse um juramento e que os
pedreiros se reunissem em grupos chamados ‘Kappitel’ (Capítulo). As regras
instruíam os maçons não ensinar Maçonaria a não-maçons.
Está claro que as
lojas ou grandes lojas maçônicas alemãs existiam antes da formação da Grande
Loja de Inglaterra em 1717. Assim como o uso de apertos de mão secretos, o uso
do termo “livre” e sua aceitação de não-operativos. O uso de alegoria e
simbolismo em camadas, que torna exclusivo o sistema maçônico fraternal, também
era evidente nas lojas alemãs da época, conforme mostrado nas esculturas de
pedra e estilos arquitetônicos das igrejas e mosteiros que eles construíram.
Fonte: Blog MS
Maçom
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