Por Daniel
Pereira e Mariana Barros - Fonte:
Revista Veja
Apavorados
diante da perspectiva de deixar o poder, petistas adotam a tática de atacar
Marina Silva a qualquer custo. O resultado é uma campanha como nunca antes se
viu neste país
Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) (Ivan Pacheco e Felipe Cotrim/VEJA.com/VEJA.com) |
A
decisão do PT de passar o trator em Marina Silva foi tomada no dia 1º de
setembro em um jantar no hotel Unique, em São Paulo, logo depois do segundo
debate entre os candidatos à Presidência, no SBT. Estavam à mesa a presidente e
candidata do partido, Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o marqueteiro João
Santana, o ex-ministro Franklin Martins, o ministro Aloizio Mercadante e o
presidente do PT, Rui Falcão. Juntos, chegaram à constatação de que o fenômeno
Marina era bem mais sustentável do que parecia a princípio. Leia mais
Se
nada fosse feito, concluíram, Marina Silva estaria sentada na cadeira de
presidente da República pelos próximos quatro anos. “As pesquisas mostravam
isso”, disse a VEJA um ministro do governo. “Não tínhamos alternativa a não ser
partir para cima com tudo.” Àquela altura, a candidata do PSB aparecia empatada
com Dilma no primeiro turno e 10 pontos à frente no segundo. Lula resumiu o
clima reinante e deu a ordem de marcha: “Precisamos reagir e reorganizar a
tropa”.
Como
sempre nesses casos, com uma equipe azeitada, acostumada a trabalhar em
conjunto há muitas campanhas e conhecedora dos limites éticos, ou da falta
deles, não foi preciso ser muito explícito sobre o que precisava ser feito. O
próprio diagnóstico do problema embutia sua solução. Marina tinha virado uma
entidade sagrada, uma combinação de espírito da floresta com o espírito do
capitalismo, metade Chico Mendes, metade Steve Jobs. Decidiu-se que o processo
de destruição da candidatura Marina seria eufemisticamente chamado de
“dessacralização”.
Logo
a máquina de propaganda petista, comandada pelo veterano e medalhado
publicitário João Santana, mostrou a que viera. Em menos de uma semana o
resultado começou a aparecer no programa eleitoral de Dilma e nas inserções de
televisão e rádio. Nunca se viu na história eleitoral deste país uma combinação
tão violenta de mentiras, falsificações, manipulações, exageros e falsas
acusações como a despejada pelo PT sobre Marina.
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